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  • Foto do escritorSeva Corps

MANIFESTO SEVA






Vivemos em um mundo de individualidades exacerbadas, onde multidões se perdem em solidões. Onde o outro é visto muito mais como uma ameaça do que uma promessa. Um mundo onde distorcidamente aprendemos a focar no Eu em busca do sucesso.


Vivemos em um mundo que clama por socorro. Seja através dos gritos climáticos do corpo Terra que nos carrega, seja com a diversidade de espécies irmãs se reduzindo vertiginosamente, seja ainda com a fome e a miséria que seguem imperando ferozmente entre nossos parentes humanos.


Vivemos em um mundo onde a monocultura cada vez mais reina, seja no âmbito humano através da sua forma de ver, viver e conviver, seja através das agriculturas extensivas para outros bichos alimentar.

Vivemos em um mundo doente. Adoecido pela espécia humana. Um mundo que precisa que reflorestemos formas diversas de viver, conviver, se ver.


Vivemos um tempo que nos convida a restaurar uma conexão profunda e única com nós mesmos, em busca de estabelecer uma relação sagrada com o outro ao nosso redor, com o outro que sequer imaginamos o que precisa em sua dimensão Ser.


Precisamos de um antídoto para a nossa solidão, para as nossas desesperanças, para a padronização do viver instaurada em nós. Precisamos de algo que nos leve para além do Eu, que nos reconecte com o Nós. Precisamos voltar a acreditar no outro, diverso e diferente e ao mesmo tempo parte indissolúvel da completude que pulsa em cada um de nós.


Precisamos mais do que lutar pelo nosso direito de existir. Precisamos mais do que nomear a nossa existência ou nos livrar de rótulos. Precisamos mais do que querermos ser abraçados e reconhecidos.

Precisamos nos abrir. Precisamos nos por juntos. Precisamos resgatar a potência que há no zelo, no cuidado, no amparo ao outro. Precisamos dar o primeiro passo.


Precisamos começar a nos curar ao nos abrir para amar. Amar de forma genuína, a partir de um olhar atento e aberto às demandas de um outro, diferente de mim. Um outro que me desafia, ao mesmo tempo que me enriquece.


Precisamos resgatar a arte de cooperar. De resgatar o próspero que há na difícil equação do que é bom para todos e todas e todes. Ser com o outro, na riqueza de ser parte, muito mais do que ser uno.

Devemos tomar na mão a arte de ser no ser-vir. De viver a partir do que de mim doou ao mundo. Em confiança que do outro lado há alguém atento, disponível para me cobrir no que se fizer necessário.


Se todos no mundo vivermos para e a partir do servir, servindo juntos daremos ao mundo a tranquilidade de se restaurar, o espaço para se diversificar, a confiança de um mundo nutrido, porque o foco é servir ao outro, seja quem for este outro, para que eu de fato esteja nutrido em meu Ser.


A vida é sobre encontros. A vida é sobre estar juntos. A vida é sobre o que fazemos estando no mundo. A vida passa. Dê o primeiro passo. Sirva ao outro. Permita-se vulnerável. Permita-se viver em cooperação. Qualifique cada e todos os encontros. Viva uma vida de seva.

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